segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Porter: uma cerveja com origem nas massas

A cerveja do tipo Porter é uma das minhas favoritas, o amargor característico conjuntamente com seu adocicado é uma das minhas combinações favoritas. Então resolvi ler um pouco sobre essa cerveja. O resultado é que aprendi uma história muito interessante!

As origens da Porter, e também de seu nome são controversas e pouco claras. Quanto ao nome a origem mais aceita é de que este deriva da popularidade da bebida entre os “porters” (carregadores ou porteiros) de Londres. As primeiras evidências sobre esta breja se resume a uma carta, com autor pseudônimo, publicada no London Chronicle em 1760.

Enfeites na história dizem que a Porter foi inventada em 1722 na Ralph Harwood’s Bell Brewhouse em Shoreditch no oeste de Londres com o objetivo de prover uma forma mais eficiente do chamado “three threads”, que era uma mistura de três cervejas diferentes (a mistura mais usual usava Fresh Brow Ale, Matured Pale Ale e Matured Brown Ale). Dizem que o nome naquela época seria “Entire Butt” ou apenas “Entire”, pois o produto era servido de apenas um Barril, ao invés de se encher o copo em três barris separadamente, o que segundo relatos irritava um pouco os consumidores.

Entretanto, a origem real da Porter é provavelmente mais complexa do que uma simples mistura de cervejas. Uma reconstrução de testemunhos daquela época apontam para a origem da Porter como uma reação dos cervejeiros londrinos ao aumento dos impostos sobre o malte e o preço relativamente inferior do lúpulo no início do século XVIII.

Era prática na época maturar os Ales mais fortes em barris de madeira antes do consumo. Hoje sabemos que a guarda promove uma segunda fermentação (no caso da Porter a levedura era a Brettanomyces), o que eleva o nível de ácidos graxos e seus ésteres etílicos. Eram esses níveis extremos de ésteres, mais do que apenas o nível elevado de álcool que davam o efeito narcótico característico dos Ales Ingleses no final do século XIX.

As Fresh Brown Beers produzidas em Londres eram relativamente fracas, por isso a popularidade do “Three Threads”que incorporava na mistura cervejas maturadas. De forma similar as Strong Ales, algumas Brown Beers também eram maturadas , mas o baixo teor alcoólico que elas possuíam encorajaram a utilização de outros organismos em adição ao Brettanomyces, o que desenvolveu nessas cervejas uma acidez distinta e azeda, além de uma abundância de ésteres.

Um terceiro tipo de cerveja maturada surgiu acidentalmente, quando em resposta ao valor relativamente mais baixo do lúpulo os cervejeiros ingleses aumentaram os níveis de lúpulo em suas cervejas e criaram o que ficou conhecida como Porter. O maior avanço derivado da Porter foi a descoberta de que cervejas, mesmo as feitas com malte marrom barato e significativamente mais fracas perto das Strong Ales, quando feitas com níveis elevados de lúpulo tornavam-se bem menos azedas, após a guarda, do que era usual para as Matured Brown Beers.

Entretanto, a Porter mantinha o aroma e sabor vinoso, pesado e narcótico das caras Strong Ales. Hoje sabe-se que isso ocorre por que o alto teor de lúpulo inibe as bactérias, que produzem ácido láctico, devido as propriedades antibacterianas nele presentes, além de não interferir no trabalho das leveduras como a brettanomyces.

A combinação de preço relativamente baixo e sabor atraente fez a Porter irresistível para as classes urbanas trabalhadoras. Além disso tal sabor foi bem explorado, o que fez da Porter o carro chefe da indústria de cervejas.

Essa robustez e baixo preço à fizeram compatível com a produção em massa e facilitou a sua distribuição. Com o aumento das vendas, a necessidade de maturação, que muitas vezes podia chegar à um ano, fez com que as cervejarias usassem grandes barris de armazenagem. Isso fez com que contêineres de 5.000 hectolitros se tornassem usuais, e as cervejarias de Porter pudessem diminuir ainda mais seus preços em relação às suas competidoras, que não podiam gozar de tais vantagens da produção em escala. Os preços das Porter chegavam a ser 25% menores que que suas rivais Pale Ales.

A Porter era uma cerveja completamente nova, que em alguma medida mimetizava os atributos de uma mistura de cervejas, mas que trazia uma maior suavidade consigo. Servida de uma só vez, fácil de ser feita e vendida à um preço competitivo, a Porter, sem dúvidas, fez um grande sucesso.

(fonte: Handbook of Brewing)









domingo, 21 de agosto de 2011

BEER EXPERIENCE

Venho com a idéia de começar este blog sobre cervejas à algum tempo, mas só agora resolvi levar essa idéia mais a sério, e nada melhor para a primeira postagem do que o evento que ocorreu ontem (20/08/2011) aqui em São Paulo, o primeiro Beer Experience.

Cheguei cedo no evento, que começava às 10:00 da manhã, às 10:25 já eu estava lá, na verdade a feira ainda estava sendo montada, mas sem problemas, tive um tempinho pra conhecer o espaço e começar a definir no que eu estava mais interessado. após 10 minutos já tinha me localizado e comecei a buscar meu primeiro copo. Então vi um cara chegando no stand da Wäls e resolvi ver se eles já estavam funcionando. Quem estava chegando naquele momento era o Thiago Carneiro, que junto com seu irmão José Felipe, tocam os trabalhos na cervejaria.
Chegando ao stand o Thiago já começou a conversar comigo, e sem nenhuma conotação negativa, muito pelo contrario, o cara sabe vender o peixe. Dos expositores foi o mais atencioso, e logo de café da manhã já mandei um chope Wäls Experience, feito especialmente pro evento com 7 tipos de lúpulo diferentes e 3 tipos de malte, o qual tive o prazer de ser o primeiro a experimentar. Bom resumindo tomei todos os Chopes dos caras e ainda levei de quebra uma garrafa de cada cerveja que eles produzem pra casa. A Wäls pra mim foi o destaque do evento, e vou parar por aqui por que pretendo escrever em breve escrever um post só sobre eles.
Os outros dois destaques pra mim ficaram para a Way beer e pra alma rústica. Cheguei ao stand da Way sem conhecer muito bem o trabalho deles, chegando lá dois nomes brilharam na minha frente, American Pale Ale e Cream Porter. Provamos as duas, o resultado foi que eu tive que provar também a Irish Red Ale pra ver se também era tão boa. As avaliações completas dos Chopes vou fazer em um post separado, espera que ainda essa semana.
A Alma rústica foi a outra bela surpresa positiva que eu tive, o sanduba de Pernil e a coxa e sobrecoxa de frango estavam sensacionais! Mas fiquei triste quando fiquei sabendo que eles não tem um restaurante aonde eu poderia repetir a dose qualquer dia desses, mas fazer o que né, o jeito é guardar na lembrança!
Em geral o evento foi muito bom, mas duas coisas me incomodaram um pouco. Primeiro, não tinha lugar pra lavar os copos, eu tinha que ir no banheiro lavar pra um chope não afetar o sabor do outro. E segundo, o banheiro masculino ficar do lado de fora do evento foi um pouco chato, mas no geral tudo foi muito bom.
Como já tinha dito, pretendo escrever sobre todos os chopes que tomei no evento, mas adiantando, os chopes foram os Wäls experience, dubbel, trippel e quadrupel, o colorado Demoiselle, os Way American Pale Ale, Cream Porter e Irish Red Ale, Bacuri e Dama Weiss. Só adiantando achei o Bacuri muito fraco, já o Dama weiss representa bem o estilo.
Pra terminar não posso esquecer da cervejoteca, que colocou diversas brejas nacionais à venda, com um preço um pouco abaixo do mercado. Além disso a mamãe bebidas também estava com um boa seleção de cervejas, e lá tive a oportunidade de garantir a minha Jambreiro Cerevisiae Lundii, ganhadora do primeiro lugar no concurso da ACerva mineira.
Bom só pra fechar, o evento foi muito legal, um pouco caro, mas no geral foi muito bom. Sai de lá com muito chope na cabeça, e umas 17 garrafas nas sacolas. Olha a foto delas todas juntas.
E aqui elas já na minha geladeira, descansando e esperando para serem degustadas.
Bom é isso então, até a próxima!




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